20 de agosto de 2009

Magicando!

PARA A CRIANÇADA:
MAGICANDO – DOUBLE BUBBLE TROUBLE TURBO!
Tá bom, tá bom... Para os pais também...

Por Bianca Zanatta

Você conhece a Cia. Da Ilusão?


É o nome da companhia fundada por Ismael de Araujo no ano de 1999 e que conta com uma série de parceiros, pessoas que acreditam no ilusionismo como forma de arte. Em outubro, enquanto Ismael de Araujo fará para o público adulto o espetáculo “O Mentiroso”, a Cia. entra em cartaz com “Magicando: Double Bubble Trouble Turbo”. Conversei com Leandro D’Errico, diretor do espetáculo, e o cara me explicou por que todo mundo, dos pequenos aos mais crescidos, deve correr pra passar uma tarde muito divertida e mágica no Teatro Coletivo.


1- Conta pra gente do que trata o espetáculo “Magicando”.

“Magicando” é um espetáculo essencialmente de mágica, dança e humor. Possui estrutura videoclípitica e multifacetada e tem um enredo não-linear em seu esqueleto. Nesse espetáculo sem começos, meios e fins, tudo acontece como um sonho, o raio-x de uma criança. Colorido, engraçado, cruel, divertido, confuso, ágil, cheio de referências e... mágico!


2- Explique como surgiu e qual a idéia por trás do nome completo do espetáculo - “Double Bubble Trouble Turbo”.

As crianças têm sempre necessidades de afirmação e superação perante o seu círculo social. Tudo o que é delas precisa ser super, e tudo o que é super precisa ser ultra... Elas se comparam o tempo todo e por muitas vezes chegam a ser até cruéis umas com as outras, tudo isso sempre movidas pelo desejo oculto de ir além. Além disso crianças gostam de nomes, e quanto maiores eles forem, mais respeito eles atribuem. Falo isso com conhecimento de causa. Adorava comprar um novo produto em um dia e ficar encantado no seguinte com outro novo, quase igual, porém com um pequeno diferencial visual a mais e a nova inscrição na embalagem: "TURBO". Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos à conclusão em sala de ensaio de que o espetáculo "Magicando" não seria suficiente por si só. Ele precisava ser DOUBLE BUBBLE TROUBLE TURBO pra alcançar o que esperamos dele.


Doug Style levita flor de papel sob o olhar estarrecido do faixa preta cheio de dans, dans e mais dans Santi Bruce Lee. Yiiiiiiáááá!


3- Ok, Lê! Então qual é o principal diferencial de “Magicando” para o público infantil?

"Magicando" já nasce diferente pelo fato de não ser direcionado para crianças através de um filtro de adulto: pesquisamos a fundo o imaginário pra nos tornar um deles. Abolimos nossa carapuça enrugada pra dar lugar a esse universo. E quando me refiro às "crianças" falo das reais, sem clichês. Estudamos pedagogia e brincamos de esconde-esconde em sala de ensaio para a concepção desse espetáculo. Por isso ele estabelece uma comunicação direta, que fala a língua da criança. Tudo isso sem abandonar o encanto.


4- E como vocês estão fazendo pra encenar essa idéia?

Gosto de misturar elementos oriundos de diferentes linguagens. Elementos que, se orquestrados e executados com maestria nas horas corretas, estimulam os espectadores a uma viagem sem volta. Trabalho muito com elementos sensoriais (mesmo que em pequenos detalhes), como cores, cheiros e acordes, que acabam por se tornar o todo, uma tela cheia de pixels. No “Magicando” existe uma urgência constante. Em nenhum momento o espectador pode respirar, tal qual soltar duas crianças ou mais em uma sala qualquer... elas correm sem saber por quê. Essa energia, pra gente, é vital.


5- E como se deu a escolha da trilha sonora do espetáculo?

Uma parte dela está estritamente relacionada com a composição das personagens e imagens que perambulam pelo espetáculo. Como Doug Style, que interpreta Michael Jackson. Outra parte é produzida sob encomenda por um estúdio em Los Angeles, CA, sob a batuta de Tiago D'Errico "escute aqui a musica do cara" . E, por último, compusemos algumas músicas que serão executadas ao vivo ao longo do espetáculo, com Santi Lee no violão.


6- Fala um pouco da mistura mágica/dança/teatro: aonde queremos chegar?

Queremos chegar no que é nosso. No que nos é sincero. E naquilo que, no fundo, não se separa.


Atriz tem seu tronco totalmente retorcido em pleno palco, à luz do dia, com uma platéia inteira a poucos palmos de distância!


8- O que o ilusionismo e os efeitos de luz do espetáculo desenvolvem nas crianças?

Temos efeitos em que atores somem de cena em questão de segundos; atos em que torcemos o tronco de um atriz até que ela fique inteira retorcida; ou então uma cena lírica do clássico efeito das sombras chinesas. Acredito que efeitos como esses estimulam a criança sensorialmente (já que se vê tudo a poucos centímetros de distância) e intelectualmente. E tudo é inserido em uma zona de encantamento.


9- Por que o espetáculo pode ser curtido por toda a família?

Em primeiro lugar, vale salientar que a estrutura de “Magicando: não tem o universo infantil em seu tema, mas sim, em seu universo. Isso proporciona à família uma experiência única para cada um de seus membros e seus devidos referenciais. É no simples que moram as coisas mais profundas. Além disso, quando concebemos esse espetáculo, eu pedi aos atores que me trouxessem elementos da própria infância deles e, por fim, selecionamos o que chamamos de “ elementos universais”, aquilo que diz respeito à infância de todos. O resultado é surpreendente tanto para as crianças como para os mais velhos.


10- Fale do elenco: no que resulta a mistura de um mágico/dançarino (Doug), uma bailarina (Cíntia) e um comediante (Santi)?

Como artistas, cada um deles traduz em cena a forma que lhes é mais apropriada e confortável pra se expressar. E o interessante é o grande diferencial de energia e fluidez que cada um deles trabalha. Água, vinho e groselha. O grande desafio é juntar as três linguagens na unidade conceitual fixa do espetáculo e fazê-las dialogar entre si. Mas o que poderia se tornar um empecilho acaba virando umas das nossas grandes virtudes graças à disponibilidade e ao grande talento de cada um nas áreas que lhe são especificas. Tudo acaba por se tornar único. Não é sempre que se vêem um mágico, uma bailarina e um comediante juntos em cena.


11- Afinal, o espetáculo é um show de mágica ou é teatro?

O espetáculo não se define entre um ou outro. Na palavra "show" denota-se um sentido de apresentação, de uma habilidade especifica. Não é nosso caso – há verdade cênica e acima de tudo construção e fundamentalizações de personagens. Por outro lado, se teatro for, não será dos mais aristotélicos, já que por muitas vezes não possuímos linearidade e sequer diálogos estabelecidos. Agora, me contradizendo com relação ao que acabo de dizer, por outro lado “Magicando” apresenta em momentos específicos a estrutura de um show de mágica. Acontece que por outros muitos momentos também apresentamos estruturas de espetáculos de dança... Portanto, o que fazer? Creio que fazemos um espetáculo multifacetado e que perambula sem convenções, buscando elementos essenciais pra contar essa história... Multimídia.


Serviço: “Magicando: “Double Bubble Trouble Turbo”
Teatro Coletivo – Rua da Consolação, 1623.
Temporada: Outubro e Novembro – Sábados e domingos, sempre às 16h.

Informações: (11) 9901-8312

Lendro D’Errico é ator e diretor teatral.

Um comentário:

nicolas disse...

Ismael qual é o nome daquela mágica q o doug fez q usava um bralho e um elástico essa mágica ta em um dvd seu
eu só não lembro o nome do dvd