Body-Maniac-Magic-Art
Penetrando em cada milímetro do rosto de Harry Houdini, seja em suas fotos ou em concepções artísticas que reproduzem seus feitos, vemos todas as virtudes desse grande mágico nascido em Budapeste no ano de 1874 e criado na América: o potencial do impossível, a vontade de superação, a mais potente das mágicas. Houdini se tornou célebre por seus escapes impossíveis. Mas falando com um olho na dimensão histórica, dá pra dizer que esse mágico obstinado fez os primeiros movimentos dentro do que chamaríamos depois de cultura pop. Harry – me sinto íntimo do cara por afinidade (!)- era um galã-brucutu. Décadas antes de Stallone, Schwarzenegger e mesmo anterior à criação de super-heróis como Batman e Superman, esse mágico já desafiava todos os limites, sem dublês ou sem fundos azuis com cenários digitais. Houdini fazia uma mágica arrebatadora, que partia de seu espírito inquieto e desafiador.
Popular, Houdini usava seu corpo como suporte para criar ilusões de tirar o fôlego de multidões- enquanto hoje a vanguarda celebra a body art (movimento artístico que usa o corpo como suporte para a arte). O mestre dos escapes transformou a mágica em um evento de proporções nunca antes vista. Inventou o entretenimento como conhecemos hoje: aquele espetáculo que prende nossa atenção, unindo qualidade técnica, performances memoráveis e roteiros criativos e inusitados.
Houdini conhecia muito bem a psicologia de seu público, e isso foi um fator determinante para seu êxito. Sabia o que o público queria ver e construiu uma maneira muito eficiente de conduzir os espectadores por seu show. Era habilidoso na arte de criar o suspense necessário a qualquer número de escapismo.
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